quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Nunca temos tempo. Para trabalhar ou rever amigos ou descansar e desfrutar as distrações. O tempo de férias não conta, é um templo planejado, que mais se assemelha a um trabalho free lancer do que a uma espontânea inquietação. Passagens, hotel ou casa alugada, pagar as contas com antecedência, procurar alguém para controlar a casa, manter a água das plantas...

Não temos tempo a perder, muito menos a ganhar. Tempo é espaço, estar perto para conseguir voltar. Não tenho tempo para responder mensagens, não tenho tempo para ir à praça. Diversão termina rápido. Minha boca é um relógio de corda.

Meu tempo transformou-se curiosamente na minha falta de tempo. Sempre me desculpando, sempre alegando algum outro compromisso. Ainda mais para quem não aprendeu a dizer não. Eu desmarco, não nego nada. O constrangimento de cancelar algo me transtorna. Fico dias sem dormir aventando perdões absurdos. Qualquer contemporâneo tem vidas paralelas. E mortes paralelas também.

Existe um único antídoto para a falta de tempo. Um único. Estar apaixonado. Esquecer de si para inventar o desejo. O desejo transforma-se no próprio tempo. Tudo é adiado. A dispersão nos leva a reparar nas janelas, nos interruptores, nos sapatos dos colegas. As córneas se abaixam. Nada mais tem tanto significado do que se aprontar, ensaiar e aguardar perfumado o encontro. Passar as roupas é uma necessidade. Os vincos são desafiados com inusitada paciência. Depilamos a agenda. Compromissos sérios pulam de casas e horários. Antes imutáveis, as reuniões trocam de vôo de modo nervoso. O trabalho passa violentamente rápido. Não há o medo de ser demitido, o medo de se proteger, o medo de repetir as relações passadas, a segurança de prever. Cada um assume uma condição noturna, intermitente, o olhar abobado e a vontade excessiva. A imaginação pára a escrita em um só nome.

Aconselho a quem não tem tempo: apaixone-se. Perca a cabeça na guilhotina. Entregue seus pés para a espuma. Permita a cintura subir como um chafariz. Não pense que vai dar errado. O que pode dar errado já aconteceu antes. Dentro do tempo.

Lalá...

Vamos ser MALA?!?

Fiquei nos últimos dias sem celular. Com o aparelho, mas sem a possibilidade de fazer ligações. Recebia apenas chamadas. Foi um respiro e uma revelação. Revelação porque já me vi na mesma situação outras vezes quando me apaixonava, e não podia ligar para não soar como um chato ou como um dependente.

Aguardava uma resposta, pouco imaginando que a mulher também fazia o mesmo. Duas respostas aguardando não formam uma pergunta. Nem um casal.

Não compreendo porque o apaixonado não pode dizer que está apaixonado. Se ele declara, é taxado de precipitado e estraga o mistério. Que mistério? Todos os seus conhecidos sabem que ele é apaixonado, ela igualmente, o que tem ainda para esconder? É uma convenção que atrapalha a franqueza. Como o amor pode vingar, se ele já começa mentindo o que sente? O que há de errado em se expressar, narrar, caminhar pela boca?

Ao longo da vida, preferi perder relacionamentos para não ser um "mala", alguém que não se toca e teima. Não retornava aos chamados, me fazia de complicado, alegrava-me com os adiamentos. Estou reavaliando minha posição. Talvez o "mala" seja mais feliz do que o sedutor, porque ele acaba conhecendo o limite, as possibilidades de cada paixão, não vive de uma expectativa com pavor de fracassar. Ele vai até o fim, descobriu que a cerveja é mais gelada e barata na fossa. O sedutor acomoda-se no deslumbramento do início - e no pressentimento que seria perfeito se continuasse. O que não continua não é perfeito.

O "mala" é a consagração do inconseqüente. Deve sofrer, porém tem realidade para sofrer, não é como o sedutor que sofre do invisível.

O sedutor controla cada palavra ao seu respeito. Um narcisista capaz de anotar suas conquistas numa cadernetinha escolar. O "mala" não está preocupado com sua reputação, com que a mulher vai contar dele, do que deveria dizer. Ele fala com uma honestidade unicamente encontrada durante a fome.

As mulheres estão acostumadas com o que é difícil. Se for impossível, melhor. Infelizmente, não acolhem com generosidade o "mala". Observam a figura com ares de repulsa. Até repugnância. O "mala" é a contradição feminina, o que ela deseja no decorrer da relação, não em seu princípio. O "mala" pode ser mala depois, desde que simule resistência nas primeiras semanas.

Só que o "mala" não finge. Ele se denuncia no momento destinado a se conter, transparece seus temores com pontualidade. Não está disfarçado de homem sério. É um ansioso amoroso. Um suicida intelectual. Um nervoso infantil.

E é justo da insistência intrépida do "mala" que o amor precisa para ser carregado de volta à sinceridade. (Carpineja,Fabricio)

Sem mais,

Lalá (risos)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pororoca Louca - O depois


Somente após uma semana consigo vir aqui e escrever sobre como foi a festa. Não adianta vocês saberem da festa sem saber como foi, vão achar que é propaganda enganosa.
Mas, mais uma vez confirmo o que sempre digo: essas festas casperianas são as melhores!
Muita gente bonita, bebida à vontade, muita música boa, dois ou mais ambientes e a animação de sempre!
Nem vi o tempo passar. Quando uma amiga quis ir embora falei "mas já?"....quando olhei no relógio eram 5 da manhã! Mas isso é só um detalhe.
Fantasias cada vez mais criativas, e não sei se é justamente por isso, mas na pororoca as pessoas se liberam. Minha teoria é que fantasiadas elas ficam sem vergonha de mostrar quem realmente são. Claro que isso não conta pra mim nem pra Lari (cof, cof). Mas voltando, elas são mais sociáveis do que nas outras festas. Estão mais abertas, mais engraçadas....e tudo isso dá o clima da festa.
Não posso contar detalhes porque a maioria deles devem ficar em off (what happens in Vegas, stay in Vegas), e outros não posso contar porque tenho uns brancos! haha Vou lembrando aos poucos e colocando na linha do tempo!
Só posso dizer que foi maravilhosa, que as fantasias fizeram muito sucesso e que nos divertimos horrooooooooooores! Quem um dia tiver a oportunidade nem pense duas vezes.
Já deixo avisado que a próxima festa é uma cervejada....a Ocktober Cásper. Nem preciso falar que vai ser demais, com a presença da bateria, open de Skol e tudo mais que temos direito.
Agora ficamos no aguardo para as próximas festinhas!

Mari